Forum de Debates

El jardín se reconstruye continuamente con el paso do tiempo.
Vive bajo el cielo infinito y clama relación com el paisaje
circundante; se ileva bien sólo com aquellos que conocen
bien o solo, sua orientación, sus manantiales y las
plantas adecuadas. El jardín pide ao deseñador
mirar lo que sucederá en um año, en dos, en dez o vinte.
A cambio de tantas demandas.
ofrece convertir-se em um lugar como ninguno,
um lugar em donde se está afuera de casa;
um lugar de soledad y compañia;
um lugar de cambio sim cesar que siempre es el mesmo
[…]

[…] La Atmosfera del jardín no sólo tiene que ver con a
presencia de la naturaleza sino también com el grado
de artificialización em la disposición de las plantas,
la relación que guardan com las construcciones, y su situación o emplaziamento en la ciudada o el campo.


José Antonio Aldrete-Haas, La nueva arcadia, 2018.


A PARTIR DO FUNDAMENTOS que  derivam dos estudos da Linha de Pesquisa a forma-jardim: cultura artística e visual na paisagem, a proposta da mesa-redonda Gramática dos Jardins: a natureza culturalizada,  tem o objetivo de colocar em evidência o estado da arte de pesquisas sistematizadas de  quatro Especialistas da área de História da Paisagem, dos Estudos em Paisagismo e da História dos Jardins no Brasil.

As abordagens dialogarão com o conceito de jardim em um campo ampliado, buscando relações com a História da Arte, a Arquitetura, o Urbanismo, o Paisagismo. Para tanto, múltiplos aspectos do jardim e a sua disposição na paisagem serão acionados e colocados em evidência, tendo sempre como norte os conceitos e teorias que alinham os estudos da Paisagem. Tal prerrogativa considerará os elementos de formação do jardim no âmbito ideológico, como também aqueles que dizem respeito às características físicas, sejam elas orgânicas ou artificiais, sua fauna, flora, seus usos e significados na história da paisagem do Brasil. 

O eixo que preside a discussão levará em conta a paisagem que emoldura o jardim em face de seu contexto ambiental, reconhecendo elementos bióticos e abióticos que o estruturam, mas projeta-se além: o diálogo proposto quer destacar, entre outras coisas, relações transhistóricas que se estabelecem no Brasil entre diferentes corpos sociais e o espaço jardim, espaço esse que, por sua essência, criou narrativas múltiplas que nos facultam pensar aproximações entre sociedade e natureza.

Na ordem discursiva assim definida, a possibilidade de criação de novos campos epistemológicos não somente aguça nossos sentidos, mas também aponta para a construção de diálogos  que consideram uma pauta de questões que, entre outras coisas, apresentam:





As heranças dos povos originários no que dizem respeito ao processo de constituição e do manejo de espaços destinados ao cultivo de plantas úteis, e para demais práticas sociais;


O legado histórico dos jardins no Brasil a partir do século XVIII, considerando a influência dos traços ideológicos, mais estritamente os que dizem respeito à imposição de mentalidades estrangeiras à construção da paisagem urbana no país; Interfaces e influências da cultura paisagística externa na implementação de uma cultura de jardins particulares  e públicos no Brasil;


Uma ordem onde a hibridação, subtração e/ou apagamento de tradições, experiências, técnicas, bem como o emprego, quando houve, de uma estética autônoma de apropriação da  natureza através da construção de ‘jardins’ impregnados pela cultura de povos ancestrais ou afro-descendentes;


propositura de arranjos conceituais que estabeleçam leituras formais, funcionais e, sobretudo, coloquem em perspectiva o jogo de relações sócio-culturais e políticas que alicerçaram no país, a partir do século XX, distintas culturas urbanas onde o conceito de jardim  adquiriu amplitude entre diferentes grupos sociais;


Instrumentos e atores sociais que indiquem como os ideários sobre jardim, jardinagem, paisagismo e cultura paisagística se espraiaram  no tecido urbano, ganhando destaque enquanto instrumentos que, entre outros objetivos, alinharam pautas políticas onde a qualificação da vida na cidade ganharia  destaque a partir da implementação de espaços livres públicos, e, com eles, o uso de jardins.

Considerando as  partes e o todo das proposições acima elencadas e do cerne dessa proposta, o interesse central do fórum Gramática dos jardins: a natureza culturalizada, promovido pelo Grupo de Pesquisas Paisagens  Híbridas, é desenhar uma pauta de abordagens e indicar questões que não apenas suscite os  pesquisadores deste campo temático a buscar alternativas conceituais àquelas tradicionalmente postas, como também  indicar caminhos outros para os estudos dos jardins no Brasil.

Rubens de Andrade

Programa

10:00-10:15ABERTURA
Rubens de Andrade | EBA/UFRJ
10:15-10:40Jeanne Trindade

Árvore,tempo, cidade e a sintaxe dos jardins públicos
10:40-11:10Cristiane Magalhães

A palavra e o traço: as terminologias gramaticais do jardim burguês francês no Brasil
11:10-11:30Alda Azevedo

Etimologia dos jardins: representações da cultura paisagística na paisagem cultural carioca
11:30-11:50Karla Caser

Mulher e jardins na cidade de Vitória entre os séculos xix e xx: intercessões entre habitus de gênero e habitat
11:50-12:30Mediação e Debate
Isabelle Cury e Rubens de Andrade

Local e data

Fundação Casa de Rui Barbosa
R. São Clemente, 134 – Botafogo, Rio de Janeiro – RJ, 22260-002
Terça-feira, 22 de outubro | Horário: 10:00 – 12:30

Inscrições

Entrada franca
Informamos que os certificados serão conferidos mediante solicitação

Pesquisadores

Alda Azevedo | Arquiteta Urbanista, Doutora em Arquitetura - Programa de Pós-Graduação em Arquitetura - PROARQ-FAU/UFRJ.
Cristiane Magalhães | Historiadora. Doutora em História IFCH/UNICAMP. Estágio Doutoral no Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra (Portugal). Mestre em História Social da Cultura pela Universidade Federal de Minas Gerais - FAFICH/UFMG. Professora do ensino superior.
Jeanne Trindade | Arquiteta e Urbanista, Doutora em Urbanismo - Programa e Pós-Graduação em Urbanismo - PROURB-FAU/UFRJ; Mestre em Arquitetura - Programa e Pós-Graduação em Arquitetura- PROARQ-FAU/UFRJ, Pesquisadora do Grupo de Pesquisa História do Paisagismo - GPHP-EBA/UFRJe Docente das Faculdades Integradas Silva e Souza.
Karla Caser | Arquitetura Urbanista, Doutora em Arquitetura da Paisagem/Sustentabilidade de Comunidades - University Of Guelph, Mestre em Arquitetura e Urbanismo - Universidade de São Paulo, Docente da Universidade Federal do Espírito Santo, UFES.
Mediação e Debate
Isabelle Cury | Doutora em Estruturas Ambientais Urbanas, História e Fundamentos da Arquitetura e do Urbanismo | Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – São Paulo/SP.
Rubens de Andrade | Docente da Escola de Belas Artes - EBA/UFRJ, Doutor em Planejamento Urbano e Regional - Instituto de Pesquisas e Planejamento Urbano e Regioinal IPPUR/UFRJ, Mestre em Arquitetura - Programa de Pós-Graduação em Arquitetura, PROARQ-FAU/UFRJ, Paisagista - EBA/UFRJ e Líder do Grupo de Pesquisas Paisagens Híbridas GPPH-EBA/UFRJ no Diretório de Grupos de Pesquisas no CNPq.

Créditos

Organização | Realização
Grupo de Pesquisas Paisagens Híbridas

Idealização do Projeto | Coordenação
Rubens de Andrade

Comissão Organizadora
Alda Azevedo
Cristiane Magalhães


Apoio
Fundação Casa de Rui Barbosa
Rede Brasileira de Jardins e Paisagens – RBJP
Grupo de Pesquisas História do Paisagismo – GPHP-EBA/UFRJ

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