
EXPOSIÇÃO: EBA URBE – Festival de Arte e Espaço Público
Local: Centro Cultural dos Correios – Pátio Interno
Rua Visconde de Itaboraí, 20. Centro, Rio de Janeiro – RJ
Período de Visitação:
10 de dezembro de 2025 a 21 de fevereiro de 2026, das 10h às 17h
O FESTIVAL
O EBA URBE – Festival de Arte e Espaço Público é um projeto expositivo desenvolvido a partir da parceria entre o EBA Media Lab (Escola de Belas Artes) e o Grupo de Pesquisas Paisagens Híbridas (Programa de Pós-Graduação em Arquitetura – PROARQ/UFRJ-Escola de Belas Artes). A proposta está ancorada em um Projeto de Extensão Universitária da PR5 – Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro, reafirmando o compromisso histórico da UFRJ com a função pública da universidade, com a democratização do conhecimento e com a articulação entre pesquisa, ensino e sociedade.
Sob a curadoria da Prof.ª Dr.ª Michelle Sales, em parceria com o professor Prof. Dr. Rubens de Andrade, ambos docentes da Escola de Belas Artes, o projeto concentra-se na criação de uma exposição intermitente no pátio externo do Centro Cultural Correios, reunindo obras instalativas selecionadas por meio de convocatória. A proposta pretende ativar o território urbano como espaço de experimentação estética, crítica e reflexiva sobre as relações entre Arte Contemporânea e Espaço Público, ampliando a circulação do saber produzido na universidade e fomentando sua incidência direta na vida cultural da cidade. O Festival busca ainda dar visibilidade a artistas que desenvolvem pesquisas e práticas voltadas às intervenções no espaço, na paisagem, na cidade e também nos meios digitais. Ao reunir diferentes linguagens, metodologias e estratégias de atuação, o EBA URBE oferece um panorama amplo das formas pelas quais a arte contemporânea reinventa modos de habitar, perceber, questionar e transformar o espaço urbano.
A quarta edição do Festival, em 2025, consolida um processo iniciado em 2013, fruto do escopo teórico e conceitual maturado na disciplina Arte e Espaço Público, oferecida no curso de História da Arte da EBA/UFRJ. As discussões realizadas em sala de aula, alimentadas pela escuta e pela participação ativa dos estudantes, abriram um campo fecundo para múltiplas interpretações da cidade e para o desejo de projetar, nela, a inventividade e a criatividade do corpo artístico da Escola. Desse processo formativo emergiram debates robustos sobre fronteiras – entre arte e vida, entre galeria e rua, entre objeto e território – que extrapolaram o território da universidade. A partir dessas inquietações coletivas, estudantes e docentes passaram a vislumbrar a necessidade de experimentar a arte diretamente na paisagem urbana, enfrentando suas tensões, materialidades e camadas históricas.
As duas primeiras edições do EBA URBE, realizadas nos espaços da própria Escola de Belas Artes, especialmente no edifício Jorge Machado Moreira, foram fundamentais para sedimentar essa proposta. Elas reuniram obras de estudantes e artistas, estabelecendo diálogos sobre o papel da arte no tecido urbano e evidenciando como a criação pode ativar criticamente arquiteturas, fluxos e narrativas da cidade. A terceira edição, realizada no Centro Cultural Hélio Oiticica, ampliou ainda mais essa perspectiva ao inserir o Festival em um território cultural reconhecido pela experimentação e pelo pensamento radical sobre a relação entre arte e espaço. Essa edição fortaleceu a visibilidade das propostas e consolidou a importância do EBA URBE como plataforma que coloca artistas emergentes e consagrados em diálogo sobre a cidade contemporânea. Em 2025, a acolhida do Centro Cultural Correios, instituição de referência no campo das artes no Rio de Janeiro e no Brasil, inaugura um novo ciclo para o Festival. A ocupação do pátio externo reforça o caráter público do projeto e amplia o alcance das obras, convidando diferentes públicos a participar da experiência estética e das reflexões críticas propostas pelo evento.
Ao inserir-se na política extensionista da PR5/UFRJ, o EBA URBE reafirma a centralidade da extensão como prática transformadora, capaz de aproximar a produção acadêmica da sociedade e de promover diálogos qualificados entre artistas, pesquisadores, estudantes e públicos diversos. O Festival materializa, assim, o compromisso da UFRJ com a construção de experiências formativas que ultrapassam os limites do campus, expandindo o alcance da arte e da pesquisa para o espaço urbano, para a paisagem e para o cotidiano da cidade.
PROGRAMAÇÃO
A partir de 10 de dezembro, o 4º EBA URBE se estabelece como uma plataforma de exposição e formação em arte pública, arte urbana e arte e paisagem, articulando práticas artísticas e ações educativas. Para além das obras instalativas, o Festival oferecerá rodas de conversa, seminários e visitas guiadas, aprofundando debates sobre a cidade como campo de disputa simbólica, política e sensível.
Participam desta edição os artistas Camilo Portugal, Kika Motta, Maximilien Combeau, Mozileide Neri e Pulso, cujas obras, em conjunto, formam um retrato diverso das investigações contemporâneas sobre cidade, corpo, matéria e paisagem. Ao promover esses encontros, o EBA URBE reafirma sua vocação como movimento que inscreve a arte no espaço público, recoloca a paisagem urbana como campo crítico e convoca o público a imaginar, coletivamente, novas formas de viver e sentir a cidade.
Na abertura, dia 10 às 17h, acontecem a performance Outros modos de ver, da artista Mozileide Neire, e a projeção/performance Checkpoint, de Pepe e Matheus Souza, ambas concebidas para ativar o espaço com gestos que tensionam percepção, circulação e modos de presença.
Mesa de Abertura do Festival EBA URBE
Pátio dos Correios, 10.DEZ.25, 17H30

Ana Cecilia Macdowell
Curso de Artes Visuais - Escultura
Escola de Belas Artes - EBA UFRJ

Paula Scamparini
Curso de Artes Visuais - Escultura
Escola de Belas Artes - EBA UFRJ

Michelle Sales
Curso de Artes Visuais - Escultura
Escola de Belas Artes - EBA UFRJ

Rubens de Andrade
Curso de História da Arte
Escola de Belas Artes - EBA UFRJ
Mediação
ARTISTAS E OBRAS

Camilo Portugal (Colatina, ES, 52 anos), desenvolve uma produção marcada pela pesquisa das formas, cores e materialidades. Sua trajetória transita pelo teatro, pela indumentária e, sobretudo, pela gastronomia – campo no qual foi finalista do Bocuse d’Or 2015, na Europa. A experiência acumulada nessas áreas ampliou seu repertório sensorial e abriu caminho para sua entrada nas artes visuais nos últimos anos. Trabalhando com mosaicos, colagens, azulejaria e pinturas, explora fragmentos de cerâmica, pigmentos, cristais e materiais sintéticos para criar composições orgânicas e geométricas. Suas obras, destacam-se pelo colorismo vibrante, pelas texturas rugosas e pela dimensão tátil que convidam a uma observação atenta. Sua pesquisa visual transforma elementos do cotidiano em paisagens híbridas que revelam a potência de sua imaginação criadora | camiloportugal@yahoo.com.br

Fragmentos de um discurso despedaçado, 2025

Kika Motta, Mestra em Linguagens Visuais pela EBA/UFRJ, onde também se graduou em Artes Visuais com ênfase em Escultura, a artista frequentou a EAV Parque Lage entre 2008 e 2014. Iniciou sua trajetória nas artes cênicas, no circo e na dança, formando-se em dança contemporânea na Escola Angel Vianna. Seguiu aprofundando estudos do corpo, incluindo terapias corporais, medicinas orientais e abordagens somáticas, e atualmente é esquizoanalista em formação. Atuou em produções de teatro, audiovisual e artes visuais. Sua pesquisa transita entre performance, escultura, vídeo, instalação e som, explorando o corpo como campo de experimentação estética e poética. | mottakika@gmail.com

Pintura Multiespécie, 2025.

Mathes de Souza (São Paulo, 1997) vive e trabalha no Rio de Janeiro (RJ). É mestrando em Linguagens Visuais pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais – PPGAV UFRJ e atua como monitor na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro. Teve passagem pela Escola de Arte Sertão Negro (GO), pela Universidade Federal de Goiás e pela Universidade de Brasília. Sua pesquisa se desenvolve a partir da imaginação e de utopias construídas por meio de fragmentos reunidos em registros fotográficos e arquivos. O artista investiga símbolos culturais apropriados pelas afrodiásporas que o atravessam, buscando ativar a imaginação e criar memórias futuras capazes de reconfigurar passados possíveis. | matheus.smelo@outlook.com

Checkpoint, 2025.

Maximilien Combeau é um artista francês de 23 anos, atualmente em formação nas Belas-Artes da França. Desenvolve uma prática híbrida que articula som e escultura, dando origem a obras que emergem de uma investigação sensível dos materiais, das ressonâncias e das formas. Sua abordagem, profundamente experimental, é alimentada pela observação atenta do real. Seu trabalho se dedica a explorar os vínculos complexos entre o ser humano e a natureza, assim como as estruturas urbanas que moldam a experiência cotidiana. O capitalismo, entendido como força motriz e agente de perturbação dos ambientes, atravessa e tensiona suas pesquisas. Combeau cria dispositivos imersivos que convidam a perceber de outras maneiras os espaços que habitamos. Neles, o som se torna matéria viva – capaz de revelar tensões, fluxos e equilíbrios frágeis – enquanto a escultura opera como ponto de ancoragem para essas investigações sensoriais. | maxcombeau@free.fr

Natureza Concreta, 2025.

Mozileide Neri vive e trabalha na Zona Norte do Rio de Janeiro. Poeta, contista e artista visual, é especialista em Linguagens Artísticas, Cultura e Educação e graduada em Produção Cultural pelo IFRJ. Frequentou a Escola de Belas Artes da UFRJ como ouvinte e a EAV Parque Lage como bolsista. É autora dos livros Azul alaranjado (2021) e Amarelo (2022). Possui formação em curadoria, arte-educação e expografia pela Fundação Clóvis Salgado e em diversidade e educação inclusiva pelo IFB. Participa de exposições no Brasil e no exterior, com passagens por Índia, Itália e França. Sua pesquisa transita por múltiplas linguagens, articulando paisagem, cidade, corpo, acessibilidade cultural e mediação educativa inclusiva. | mozileide.neri@gmail.com

Outros modos de ver, 2025.

Pedro Santana (Pepe) (Uberlândia, MG) é Historiador da Arte, Artista e Pesquisador. Graduado em História da Arte pela Escola de Belas Artes – EBA UFRJ, é mestre em Arte Contemporânea pelo PPGCA UFF e atualmente doutorando pelo PPGAV-UFRJ. Sua pesquisa artística gira em torno da noção de furtividade em um campo expandido, explorando dispositivos poéticos e performativos que tensionam visibilidade, presença e deslocamento. Sua prática dialoga de modo contínuo com os estudos culturais, antropológicos, de gênero e de raça, investigando modos de existir e agir nos interstícios do espaço social e urbano. Pepe tem aprofundado procedimentos que exploram gestos mínimos, estratégias de aparição fugidia e experimentações materiais que acionam debates sobre corpo, memória e política do olhar. Além de sua prática individual, é membro fundador do Coletivo Artístico moVim.ento su[R]gira, no qual fomenta ações colaborativas que articulam performance, crítica institucional e práticas de escuta e circulação afetiva. | pedro_s@id.uff.br

Checkpoint, 2025.

Vinicius Freitas Costa

Coluna, 2025.
CRÉDITOS
Realização
EBA Media Lab
Grupo de Pesquisas Paisagens Híbridas
Projeto de Extensão
Festival EBA URBE
Pro-Reitoria de Extensão - PR5
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Curadoria
Profa. Dra. Michelle Sales
Coordenação
Profa. Dra. Michelle Sales
Curso de Artes Visuais - EBA UFRJ)
Prof. Dr. Rubens de Andrade
Curso de História da Arte - EBA UFRJ
Programa de Pós-Graduação em Arquiteetura - PROARQ-FAU UFRJ
Parcerias/Apoios
Centro Cultural dos Correios
Pro-Reitoria de Extensão - Universidade Federal do Rio de Janeiro
Escola de Belas Artes


Professor Associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Docente da Escola de Belas Artes (História da Arte e Paisagismo) e do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura – ProArq/UFRJ, Paisagista (EBA/UFRJ), Mestre em Arquitetura (ProArq –FAU/UFRJ) e Doutor em Planejamento Urbano e Regional pelo (Programa de Pós-Graduação de Planejamento Urbano e Regional-IPPUR/UFRJ). Líder no CNPq do Grupo de Pesquisas Paisagens Híbridas – GPPH-EBA/UFRJ.
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