Disciplina – PAISAGISMO – EBA/UFRJ

Código: BAH474
Carga Horária Semanal: 3h | Carga Horária Semestral 45h (03 teóricas) Créditos: 3
Quinta-feira:  13:30 às 14:30 – Sala 603 – Escola de Belas Artes – UFRJ
Prof. Rubens de Andrade

O CURSO

O curso introduz os conceitos fundamentais do desenho urbano, compreendendo-o como um campo interdisciplinar que articula arquitetura, urbanismo e paisagismo. Parte-se da investigação das origens dos assentamentos humanos, analisando como as necessidades sociaisambientais, econômicas, culturais e históricas moldaram a ocupação e a forma do espaço urbano ao longo do tempo. Nesse processo, o estudo da morfologia urbana e da tipologia arquitetônica e paisagística tornaram-se matrizes para compreender a estrutura física e os padrões que estruturaram o tecido urbano e, consequentemente, o crescimento das cidades.

Serão exploradas as principais teorias que (in)formam o pensamento urbano, desde as propostas clássicas — como os ideais renascentistas de cidade ordenada, as utopias modernas e os princípios do urbanismo funcionalista — até abordagens contemporâneas, que enfatizam a complexidade de questões de ordem ambiental (ecologia e biofilia) como também, a participação social no desenho das cidades. A leitura crítica dos referenciais teóricos permitirá (re)interpretar os fundamentos do urbanismo à luz das realidades do desenho urbano brasileiro, marcadas por contrastes socioespaciais e formas de urbanização muitas das vezes não normativas.

Ao longo da disciplina, analisaremos como o desenho urbano pode ser utilizado como instrumento de leitura, interpretação e intervenção na paisagem através da projeto pasiagístico. Serão contrastados conceitos e apresentadas teorias relacionadas à cidade compacta, e os modelos de urbanismo paisagístico, que solicita dos projetidas e dos gestores urbanos uma integração de maior envergadura entre a forma urbana e meio ambiente natural. Nesse sentido, serão considerados aspectos relativos à infraestrutura verde, à ideia de cultura paisagística e à forma-jardim, sem ignorar aspectos políticos que atravessam a construção da paisagem.

A leitura multifacetada da cidade, busca reconhecer as diferentes camadas do seu tecido urbano seus elementos estruturantes, dinâmicas espaciais e conflitos socioambientais. Essas leituras servirão como base para a formulação de estratégias projetuais, voltadas à qualificação dos espaços livres públicos, à valorização das pré-existências urbanas e à promoção de intervenções paisagísticas coerentes com os desafios do urbanismo contemporâneo.

PROGRAMA

Sessão de Aula	Dia	Recorte Temáticos
AGOSTO	07	A disciplina de Introcução ao Desenho Urbano
		1) APRESENTAÇÃO DO CURSO 2) APROXIMAÇÕES E RECORTES a) O que é desenho urbano? b) Recomendações para a abordagem do desenho urbano: contextualização teóricas e metodológicas c) Escutas, devolutivas e a Memória de aula I
	14	Desnho Urbano: deslocamentos e expansões conceituais
		Aproximações e recortes II: a) Conceituação de planejamento urbano e desenho urbano; b) Relação entre planejamento urbano e desenho urbano c) Desenho urbano x morfologia urbana d) Desenho urbano: padrões x processos e) Escalas temporais e forma urbana; f) Teorias mais difundidas no ensino de desenho urbano
	21	SOBRE O DESENHO DA PAISAGEM URBANA 1: A CIDADE ANTIGA
		MUMFORD, Lewis; A cidade na história: suas origens, transformações e perspectiva. São Paulo: Martins Fontes. [A natureza da cidade antiga, p. 109-134]. LAMAS, José M. Ressano Garcia. Morfologia urbana e desenho da cidade. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2000. [A forma urbana, p. 63-78].
	28	SOBRE O DESENHO DA PAISAGEM URBANA 2: ECOS MEDIEVAIS E A CIDADE RENASCENTISTA
		LE GOF, Jacques. Por amor às cidades. São Paulo: UNESP, 1997. CALABI, Donatella. A cidade do primeiro renascimento. São Paulo: Perspectiva, 2008.[O tecido edilício e as muralhas urbanas, p. 33-48]; [As ruas, p. 49-68]; [As praças, p. 67-90].
Sábado	30	Processo de Imersão no desenho da paisagem urbana Visita Técnica: a) Cais do Valongo; b) Jardins Suspensos do Valongo e; c) Campo de Santana
		LYNCH, K. A boa forma da cidade. Lisboa: Edições 70, 1981. [o que pe a forma de uma cidade e como é que se cosntrói essa forma?, p. 43-54]; [Algumas fontes de valores da cidade, p. 337-348].
SETEMBRO
	04	Oficina de Desenho Urbano I Lia Bahia/Mariana Bastos
		ALEXANDER, Christopher; ISSHIKAWA, Sara; SILVESTEIN, Murray. Uma linguagem de padrões. Porto Alegre: Bookmann. [Sítios sagrados, p.132-135]; [Ruas verdes, p. 267-270];[Passeios tranquilos, 302-304]; [Praças acessíveis; p. 305-310]; [Praças públicas pequenas; p. 311-315].
	11	SOBRE O DESENHO DA PAISAGEM URBANA3: DO PRÉ-URBANISMO AO URBANISMO.
		CHOAY, Françoise. O Urbanismo: utopias e realidades, uma antologia. São Paulo: Perspectiva. 1979. [O urbanismo culturalista, p. 205-234]. HALL, Peter; Cidades do amanhã. [A cidade no jardim, p. 57-160].
	18
	25	Não Haverá Aula
OUTUBRO
	02	Oficina de Desenho Urbano II
	09
	16
	23
	30
NOVEMBRO
	06	Não haverá aula
	13

REFERÊNCIAS

ABREU, José Guilherme; CASTRO, Laura. Arte pública na era da criatividade digital, Porto: Editora Católica do Porto, 2017.

ALVES, José Francisco. Experiências em arte pública: memória e atualidade. Porto Alegre: Artfolio e Editora da Cidade, 2008.

AUGÊ, Marc. Não lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade. São Paulo: Papirus, 2017.

BRITTO, Fabiana Dultra; JACQUES, Paola, Berentein (Org.). Corpocidade: debates,ações e articulações. Salvador: Sdufba, 2009.BYUNG-CHUL, Han. Sociedade da transparência. Petrópolis: Vozes, 2017.

FELICE, Mássimo di. Paisagens pós-urbanas. São Paulo: Annablume: 2009.

FONTES, Adriana Sansão. Intervenções temporárias, marcas permanentes. Apropriação, arte e festa na cidade contemporânea. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.

JACQUES, BRITTO, Fabiana Dultra; DRUMMOND, Whashigton (Org.). Experiências metodológicas para compreensão da complexidade da cidade contemporânea. Salvador: EDUFBA, 2015 (Coleção PRONEM).

JEUDY, Henri-Pierre. Espelho das cidades. Rio de Janeiro: Casa da Palavra: 2005.

JEUDY, Henri Pierre; JACQUES, Paola Berenstein. Corpos e cenários urbanos: Territórios urbanos e políticas culturais. Salvador: EDUFBA; PPG-AU/FAUFBA, 2006.

MESQUITA. Andre Luiz. Insurgências poéticas: arte ativista e ação coletiva (1990-2000). Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo, 2008.

NAVARRO, Gustavo Rico. Avelina y el grafitero In: Esferapública, Guadalajara, 2018/08/08.http://esferapublica.org/nfblog/avelina-y-el-grafitero/

NESBITT, Kate (Org.). Uma nova agenda para a arquitetura – antologia teórica, 1965-1995. São Paulo: Cosac Naify. 2008.

LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

OLIVEIRA, Bruno; CUNHA, Maria Helena; RENA; Natacha (Orgs.). Arte e espaço: uma situação política do século XXI. Belo Horizonte: DUO Editorial, 2015.

Revista da Faculdade de Letras. Porto: 2005. I Série v. IV.

Revista de Ciências da Arte, N.º1, Arte Pública. Lisboa: 2015.

Revista ECO-Pós. Dossiê Realismo Especulativo – ISSN 2175-8689 – v. 21, n. 2.

Revista Serrote. n°. 9. Rio de Janeiro: IMS, 2011.

SARLO, Beatriz. A cidade vista: mercadorias e cultura urbana. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

VIRILIO, Paul. O espaço crítico. São Paulo: Editora 34, 2014.