Curso Online | Crítica de Arte: teoria e práxis
Prof. Ms. Thiago Fernandes
Período | Terça -feira, 06, 13, 20 e 27 de Junho de 2023 | 19h30
A PROPOSTA
Crítica é muito mais do que descrição ou julgamento. Um texto crítico deve ir além do que um trabalho artístico ou exposição apresenta em sua visualidade imediata, tornando visível para quem o lê aspectos salientados pela interpretação de quem escreve. Embora subjetiva, a interpretação do crítico deve ser coerente e fazer sentido para o leitor, cujas emoções e empatia diante da obra ou exposição são estimuladas por meio do texto.
O crítico, portanto, direciona a percepção do público e o convida a prestar atenção em detalhes especiais. Considerando essas questões, o curso oferece ferramentas que podem ajudar a quem deseja escrever sobre arte ou apenas se aprofundar na história e nos fundamentos da crítica. O curso apresenta alguns métodos de escrita sobre arte, o desenvolvimento histórico da crítica e almeja impulsionar reflexões sobre trabalhos artísticos e exposições.
SOBRE AS ABORDAGENS
O primeiro encontro, em linhas gerais, evidenciará as funções dos escritos sobre arte desde a Renascença até a atualidade. Serão destacadas as relevantes transformações ocorridas a partir da consolidação da Estética como um campo do conhecimento e, ainda, o surgimento dos salões de arte e da Crítica de arte, que dispõem trabalhos artísticos à opinião pública. As questões que passam a ser enfrentadas pela Estética e pela Crítica no contexto da arte contemporânea também têm valor nesse discussão.
O segundo momento do curso aponta para os pioneiros da crítica de arte no Brasil, fechando o conteúdo histórico do curso. O arco de questões voltadas à noção de “obra aberta”, pauta bastante significativa para a interpretação de obras de arte na contemporaneidade, tem lugar de destaque nessa discussão. Coletivamente, buscaremos observar imagens de trabalhos artísticos e construir interpretações para os mesmos. Discutiremos sobre os princípios da retórica e vamos observar como eles aparecem em alguns pequenos parágrafos dos textos críticos selecionados.
A terceira aula será dedicada as questões técnicas e processos de escrita. Começaremos destacando noções fundamentais para a construção de um texto crítico, aquilo que não pode ser esquecido e o que deve ser evitado. Veremos três possíveis etapas da construção de um texto sobre arte: a descrição daquilo que é visto ou que se sabe sobre a obra (tema, técnica, forma e contexto), a interpretação daquilo que foi descrito e a avaliação. Pequenos parágrafos de textos críticos serão “dissecados” para que possamos analisar cuidadosamente o modo como são construídos.
A quarta e última aula será dedicada a algumas metodologias que são utilizadas tanto pela História da arte como pela Crítica de Arte: a crítica formalista, que toma a forma da obra de arte como objeto de atenção; a iconologia, que se dedica à interpretação das imagens; e a crítica de caráter sociológico, que interpreta a obra de arte de acordo com seu contexto social, cultural e tecnológico. Serão destacados os possíveis usos de cada uma dessas linhas de pensamento, mas também seus perigos e limitações. Assim como na aula anterior, vamos analisar alguns pequenos parágrafos de textos nos quais as metodologias mencionadas podem ser percebidas.
A PROPOSTA
Aulas expositivas e interativas com apresentação do desenvolvimento histórico dos escritos sobre arte e dos principais processos de escrita de um texto crítico
Análises crítica de imagens
Indicação de textos críticos e leitura em aula de pequenos trechos de textos que poderão aproximar os participantes das diferentes abordagens possíveis sobre objetos artísticos e exposições.
Ao final de cada aula será sugerida uma tarefa (cuja realização é opcional) de leitura ou de escrita.
Os exercícios de escrita deverão ser entregues pelo Google Classroom e serão revisados pelo professor.
PROGRAMA
Sessão 1 | 06-06 História da arte e crítica da arte | Atividades | |
Para quê serve a crítica? O desenvolvimento da estética e da escrita sobre arte. Os salões de arte, a esfera pública e o surgimento da crítica. | Aula expositiva (2h30) Atividade assíncrona: Tarefa 1 Programa de Leitura de 2 textos. |
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Sessão 2 | 13-06 Encarando a obra de arte | ||
A gênese da crítica no Brasil. A noção de obra aberta. Pilares de um texto crítico. | Aula expositiva (2h30) Atividade assíncrona: Tarefa 2 Escrita de texto sobre imagens apresentadas na Sessão de Aula. |
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Sessão 3 | 20-06 Questões técnicas e processos de escrita | ||
Descrever. Interpretar. Julgar. | Aula expositiva (2h30) Atividade assíncrona: Tarefa 3 Escrita de texto sobre uma obra de livre escolha. |
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Sessão 4 | 27-06 Possíveis abordagens e metodologias na crítica | ||
Crítica e forma. Crítica e imagem. Crítica, sociedade e tecnologias. | Aula expositiva (2h30) Atividade assíncrona: Tarefa 4 Escrita de um pequeno texto sobre uma obra de livre escolha utilizando uma das metodologias apresentadas na última aula. |
INFORMAÇÕES
Investimento: R$ 300,00
Período de Inscrição:
10 de maio a 31 de maio de 2023
Confirmação da inscrição:
até 31 de maio a 03 de junho de 2023.
Período de efetivação da inscrição:
01 a 05 de abril de 2023
(O acesso para pagamento on line estará disponível entre 31 de maio e 03 de junho)
O Curso será efetivado com o mínimo de 10 inscritos efetivados até o dia 31 de março de 2023.
Serão conferidos Certificados mediante a 75% de frequência Serão ofertadas 2 bolsas de 50%. Os interessados deverão encaminhar carta de intenção, justificando seu interesse pelo curso e currículo para o e-mail: cursos.paisagenshibridas@gmail.com até 25 de maio. Os selecionados serão contactados via.
INSCRIÇÕES
REFERÊNCIAS
ARGAN, Giulio Carlo. Arte e crítica de arte. Lisboa: Estampa, 1988.
BARRETT, Terry. A crítica de arte (3ª ed.). Porto Alegre: AMGH, 2014.
BAZIN, Germain. História da história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
BELTING, Hans. O fim da história da arte. São Paulo: Cosac Naify, 2016.
DUARTE, Rodrigo (org.). O belo autônomo: textos clássicos de estética. Belo Horizonte: Autêntica: Crisalida, 2013.
ECO, Umberto. Obra aberta. São Paulo: Perspectiva, 1971.
FERREIRA, Glória (Org.). Crítica de arte no Brasil: temáticas contemporâneas. Rio de Janeiro: FURNARTE, 2006.
FERREIRA, Glória; COTRIM, Cecília (Orgs.). Clement Greenberg e o debate crítico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
OSORIO, Luiz Camillo. Razões da crítica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
VENTURI, Lionello. História da crítica de arte. Lisboa: Edições 70, 1988.
Textos críticos selecionados
CARDOSO, Rafael. Anita Malfatti, O homem amarelo In: CARDOSO, Rafael. A arte brasileira em 25 quadros. Rio de Janeiro: Record, 2008.
DINIZ, Clarissa. Marcela Cantuária: “doe a quem doer” In: Revista Arte! Brasileiros, 2019. Acesse o Link
MUNIZ, Leandro. Jaider Esbell e a sobreposição de mundos In: Revista seLecT, 2021. Acesso o link
NAME, Daniela. Falta queer em Queermuseu In: Revista Caju, 2018. https://revistacaju.com.br/2018/08/19/falta-queer-em-queermuseu/
NAME, Daniela. “Bandeira brasileira” no MAM In: Revista Caju, 2021. Acesse o Link
NAME, Daniela. Mulambo e as imagens feitas para brilhar In: Revista Caju, 2021.
MONACHESI, Juliana. Geometrias sagradas In: Revista seLecT, 2021. https://select.art.br/geometrias-sagradas/
OSÓRIO, Luiz Camillo. Ione Saldanha: o tempo e a cor [catálogo de exposição com fortuna crítica]. Porto Alegre: Fundação Iberê Camargo, 2012.
PEDROSA, Mário. As tendências sociais da arte e Kathe Kollwitz In: MAMMI, Lorenzo (ed.), Mário Pedrosa: Arte. Ensaios. São Paulo: Cosac Naify, 2015.
QUINTELLA, Pollyana. Dom Pedro I sitiado: contrausos para a primeira escultura pública do Brasil In: Revista Palavra Solta, 2020. Acesso o link:
Historiador da Arte pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e designer gráfico pela Universidade Estácio de Sá. Mestre e doutorando pelo Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da UFRJ, na linha de pesquisa História e Crítica da Arte. Pesquisa interseções entre arte, cidade e espaços expositivos; experimentalidades na arte brasileira; a incorporação de espaços domésticos na arte contemporânea; arte brasileira nas décadas de 1990 e 2000. É crítico de arte e curador-associado da Caju Conteúdo e Projetos.
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