As cidades-capitais da segunda metade do século XIX, no Brasil, experimentaram formatações urbanas que alteraram o desenho e os usos de sua paisagem.  Durante algum tempo, a ideologia externa direcionada às reformas urbanísticas ocorridas em cidades como Paris, Londres, Berlim determinou mudanças que se desdobraram pelo país, motivando ações que manifestaram-se em nossas cidades pela utilização de métodos, instrumentos e práticas relacionadas a estas ideologias forjadas no velho mundo. No caso da região amazônica, sobretudo em cidades como Belém e Manaus, firmava-se um ideário urbanístico modernizante que encontrou, na sociedade da época um locus e um modus operandi para a recepção, circulação e difusão dos fundamentos teóricos e práticos formulados pelos discursos urbanos exógenos. Os referenciais do final do século XIX e início do XX atravessaram o espaço-tempo histórico e na atualidade surgem como um legado relevante, quando se estudam as trajetórias paisagísticas pelas quais as cidades amazônicas passaram. Diante disso, a linha de pesquisa Identidades paisagísticas nas cidades amazônicas pretende entender as matrizes que desenharam a paisagem dessas cidades e, por sua vez, atualizar a discussão, no interesse de reinterpretar de que modo as ideologias paisagísticas contemporâneas impõem-se como um recurso real na construção da paisagem urbana, seja pelo fato da sociedade reconhecer o legado paisagístico delas derivado, seja por valorizar a inserção, nesta paisagem, de espaços livres públicos.