Paisagens Hibridas 2014
Coordenação
Rubens de Andrade |Professor Adjunto I/Coordenador do Curso de História da Arte|EBA/UFRJ
Realização
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Escola de Belas Artes | EBA/UFRJ
Plataforma Paisagens Híbridas | EBA/UFRJ
Poeta, crítico, tradutor e editor. Seu primeiro livro, Collapsus Linguae (1991), ganhou o prêmio Jabuti. Dois anos depois, publicou As banhistas, seguido de Sob a noite física (1996) e Versos de circunstância (2001). Em 2001, reuniu seus poemas na antologia Sublunar. Monodrama (2009) é seu mais recente livro de poesia, um dos dez finalistas do Prêmio Portugal Telecom 2010. Traduziu Dia de folga, de Jacques Prévert. É editor desde 1997 da revista de poesia Inimigo Rumor. É coordenador da coleção de poesia Ás de colete.
Carlito Azevedo
Agnes Rissardo
Jornalista, mestre e doutora em Letras Vernáculas (Literatura Brasileira) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-doutora pela Université Sorbonne Nouvelle - Paris 3, onde desenvolveu pesquisa no Centre de Recherches sur les Pays Lusophones (CREPAL). Atualmente, é pós-doutoranda do Programa PNPD / Capes e do Programa Avançado de Cultura Contemporânea (PACC) com a pesquisa "O novo cosmopolitismo exportável da literatura brasileira: recepção crítica no Brasil e na França", desenvolvida na UFRJ.
Período:
28 de outubro e  4, 11 e 18 de novembro de 2014 às 17h30.
Local: Museu da República | Sala Multimídia | Rua do Catete, 153 - Rio de Janeiro.


O Seminário está incorporado às atividades da Plataforma Paisagens Híbridas e por isso serão concedidos certificados de participação aos inscritos. Para se inscrever é necessário fazer o
download da ficha de inscrição, preenchê-la e enviá-la para o nosso endereço eletrônico paisagenshibridas@gmail.com
Eixo Temático III - 11 DE NOVEMBRO 
“Arqueologia de paisagens múltiplas.”
A questão da artificialidade está presente desde a formação do homem e das primeiras sociedades e toda formação social se estabelece numa circunscrição que necessita do controle, da manipulação e da transformação da natureza. A cidade é um dos principais artefatos produzidos pelo homem, serve de morada aos grupos sociais, de palco para a produção de eventos e de espetáculos e, além de produto, ela atua enquanto produtora de relações sociais. A cidade é assim, uma estrutura híbrida e complexa. A Arqueologia Histórica, através de novos enfoques metodológicos, vem incorporando problemáticas associadas ao passado dos grupos e pessoas comuns que geralmente ficaram silenciados nos discursos históricos, e neste sentido foram chamadas por Eric Wolf (1982) de “pessoas sem história”. O estudo da paisagem em Arqueologia envolve questões complexas sobre a maneira com que os grupos moldaram seus espaços sociais e culturais, e de como estes podem ser percebidos, classificados, e acima de tudo, de como estes espaços moldam a paisagem e aqueles que nela habitaram a partir de processos simbólicos que podem estar vinculados a aspectos sentimentais, tradições e à memória. Desta forma, pretendemos através do intercâmbio de ideias, de teorias e das práticas dos atores que transitam neste universo com reconhecer na Arqueologia um campo fértil para o estudo, a construção e a apropriação da paisagem na sua multiplicidade.

Mediadora: 
Jackeline Macedo
Debatedores: Silvia Peixoto | Jeanne Crespo | Ana Cristina Sampaio
Silvia Peixoto
Silvia Peixoto

Debatedora

Jeanne Crepo
Jeanne Crepo

Debatedora

Ana Cristina Sampaio
Ana Cristina Sampaio

Debatedora

Jackeline Macedo
Jackeline Macedo

Mediadora

Eixo Temático IV - 18 DE NOVEMBRO
“Cidade in natura? O mito edênico no redesenho da paisagem urbana”
Se a “natureza” sempre surge como a referência de um elemento “eterno ao ambiente”, em que medida torna-se possível pensar as relações entre o espaço, a paisagem e a arte - considerando a ambivalência, as tensões e os limites (ou a indiscernibilidade destes)? A complexidade habita o pano de fundo desta discussão, na medida em que ele é definido não apenas pelo desenho instável e dinâmico da metrópole contemporânea, mas também pela intrincada rede móvel de conexões que nela se estabelecem, costurando com seus fios imateriais os contornos, bordas e vestígios in natura que ainda se fazem presentes no meio urbano. Diante das práticas socioculturais, políticas e econômicas que constroem mecanismos físicos e mentais para produzir e reproduzir ambientes e ambiências, nos quais o convívio entre o humano e o não humano propõe um tipo de recriação ou de um resgate do mito edênico, a reinvenção de paisagens míticas em meio ao caos urbano (ainda que ela ocorra concretamente ou por meio do imaginário social), quais seriam as possibilidades interpretativas viáveis para pensar tais questões, considerando as relações existentes entre natureza, cidade, arte e paisagem?

Mediadora:
Mônica Bahia Schlee
Debatedores: 
Jofre Silva | Vera Tângari | Carlos Terra
Mônica Bahia
Mônica Bahia

Mediadora

Jofre Silva
Jofre Silva

Debatedor

Carlos Terra
Carlos Terra

Debatedor

Vera Tângari
Vera Tângari

Debatedora

Eixo Temático II - 4 DE NOVEMBRO
“A paisagem no espelho-líquido da poesia: sujeito, linguagem e mundo.”
A poesia constrói a nossa paisagem na articulação complexa entre palavra (sua grafia e seu som) e os sentidos que ela pode abarcar. A relação entre a poesia e a paisagem foi elaborada, em diversas culturas, sob o signo do deslocamento, como o foi pelo relato de uma viagem-exílio, a Odisseia, na qual os olhos regressam carregados de paisagens e de tempos e, portanto, voltam outros olhos, sem a inocência de quando partiram. Assim é a aventura da poesia e seu enlace com a paisagem, quando compreendemos esta última como uma estrutura de sentidos que é formada pela interação histórica e cultural entre sujeito, linguagem e mundo: pela tensão entre estes três pontos é que paisagem e poesia se constituem mutuamente - a paisagem como uma matriz que congrega uma imagem de mundo, uma imagem do sujeito e um arcabouço de palavras. Se na poesia clássica o deslocamento funda a paisagem, em língua portuguesa a viagem-exílio se cumpre, num primeiro momento, através do mar oceano, mar-espelho; depois entre província e metrópole, até desaguar no exílio de si mesmo de nossa contemporaneidade, época fantasmática que tende à indeterminação e ao apagamento pela exacerbação das imagens, e no exílio de si mesmo nas cidades. Estes fenômenos exigem rigor de quem opera no espaço da poesia, exatamente pela necessidade de conjugar as tensões acima enumeradas, seja para construir o sentido fundador de uma paisagem que seja simultaneamente memória e proposta, seja para mergulhar na impossibilidade de tal construção, situados que estamos, no âmbito da cultura, entre palimpsesto e tatuagem.

Mediador:
Aldemar Norek
Debatedores: Geraldo Carneiro | Carlito Azevedo | Daniel Faria
Aldemar Norek
Aldemar Norek

Mediador

Geraldo Carneiro
Geraldo Carneiro

Debatedor

Carlito Azevedo
Carlito Azevedo

Debatedor

Daniel Faria
Daniel Faria

Debatedor

Os elementos construídos de uma cidade são sempre os primeiros que vemos, e, como tal, tendem a ser mais impositivos em nossa percepção. Porém, as cidades se constituem de seus aspectos concretos, mas também de suas múltiplas representações culturais. São elas que vão, em cada um de nós, somar-se às nossas vivências urbanas e constituir, internamente, a nossa ideia do que seja uma “cidade”. Operamos na cidade concreta atravessados por essas construções imaginárias de paisagens que vivenciamos apenas através das múltiplas representações com as quais temos contato cotidianamente. Nesse sentido, essa mesa pretende trazer panoramas traçados pela literatura,  pelo cinema e pela música sobre alguns aspectos pertinentes à vida urbana, seja abordando as ruínas que se contrapõem à imperativa modernização; seja focando aquilo que nos causa estranheza no espaço ao nosso redor; seja através da tradução de uma nascente subjetividade urbana através do panorama musical de um período. Em todas essas situações, o caleidoscópio das cidades nos mostra uma paisagem que, ao girarmos, dá lugar a outra, e a mais outra, confirmando o que já sabemos: que as cidades são únicas e infinitas.

Mediadora: Eliana Kuster
Debatedores: Denilson Lopes | Agnes Rissardo | Paulo da Costa e Silva
Eixo Temático I - 28 DE OUTUBRO
“Cidades de letras, de melodias e de luz: paisagens urbanas na literatura, na música e no cinema”.
Eliana Kuster
Eliana Kuster

Mediadora

Denilson lopes
Denilson lopes

Debatedor

Agnes Rissardo
Agnes Rissardo

Debatedora

Paulo da Costa e Silva
Paulo da Costa e Silva

Debatedor

I Seminário Permanente Paisagens Híbridas
A partir de quatro recortes temáticos, o I Seminário Permanente Paisagens Híbridas pretende refletir sobre os lugares e as dimensões que a ideia de paisagem ocupa no cinema, na música, na literatura, na poesia, na arqueologia e no paisagismo. Quatro são as perspectivas desenhadas, e múltiplas as possibilidades que se desencadearão através das mesas-redondas, que acontecerão nos meses de outubro e novembro de 2014, no Museu da República, no Rio de Janeiro. Pensada como um conjunto ideias que se sobrepõem à mesma temática - a paisagem como ordem de pensares híbridos acerca da cidade em dimensões materiais e imateriais - a primeira edição do seminário anual da plataforma Paisagens Híbridas alinha, pesquisadores, poetas, professores e profissionais de diferentes campos do conhecimento com o interesse de desvelar peculiaridades de paisagens urbanas inscritas nas ideias que nortearão os debates: “Cidades de letras, de melodias e de luz: paisagens urbanas na literatura, na música e no cinema”; “A paisagem no espelho-líquido da poesia: sujeito, linguagem e mundo”; “Arqueologia de paisagens múltiplas”; e “Cidade in natura? O mito edênico revisto no redesenho da paisagem urbana”. A edição 2014 do Seminário Permanente da Plataforma de Pesquisas Paisagens Híbridas convida você para, nessa trama, participar da elaboração de uma visada crítica sobre a paisagem e os demais âmbitos da cultura.
Aldemar Norek
Arquiteto e Urbanista, mestre em Ciências da
Arquitetura na área de História, Teoria e Crítica da
Arquitetura, doutorando no PROARQ/FAU/UFRJ, onde
também é pesquisador do grupo de pesquisa
Pensamento, História e Crítica. Professor-substituto do
Departamento de História e Teoria da Arte da Escola de
Belas Artes | EBA-UFRJ, onde também integra a
Plataforma de Pesquisas Paisagens Híbridas. É co-
editor de Mallarmargens Revista de Poesia e Arte
Contemporânea e arquiteto da Procuradoria Geral do
Estado do Rio de Janeiro.
Arqueóloga e mestre em Museologia e Patrimônio pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO/Museu de Astronomia e Ciências Afins MAST/MCT. Atua na área de Arqueologia inscrita ao Patrimônio Cultural, Cultura Material, Arqueologia Histórica e Cerâmicas europeias dos séculos XVI a XIX.
Ana Cristina Sampaio
Vera Tângari
Arquitetura e Urbanista, mestre em Urban Planning, com concentração em Urban Design, pela University of Michigan.  Professora doutora da FAU/UFRJ e do Programa de Pós-graduação de Arquitetura PROARQ-FAU/UFRJ. Coordenadora do  Grupo de Pesquisa Sistemas de Espaços Livres -  SELRJ| PROARQ-FAU/UFRJ.
Economista, mestre e doutor em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - PPGAV-EBA/UFRJ e Professor Associado da Escola de Belas Artes/UFRJ, atuando como seu diretor. É avaliador institucional e de cursos superiores do INEP/MEC. Tem experiência na área de Artes, com ênfase nos estudos da paisagem, atuando principalmente nas seguintes áreas: História da Arte e História dos Jardins.
Carlos Terra
Historiador, professor da UnB e poeta. Autor do livro O Mito Modernista. Publicou Matéria-Prima, pelo projeto Dulcinéia Catadora em 2007. Acaba de ser incluído na Pequena Cartografia da Poesia Brasileira Contemporânea, organizada por Marcelo Ariel e editado pela Caiçaras, alem de ter seu Livro de Orações editado pela Coleção Caixa Preta da Lumme Editor.
Daniel Faria
Jornalista, mestre em Literatura, doutor em Sociologia e pós-doutor pela New York University. Professor Associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisador do CNPq.
Denilson Lopes
Eliana Kuster
Arquiteta e Urbanista, mestre em Estruturas Ambientais Urbanas e doutora em Planejamento Urbano no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional. Professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES) e professora convidada da École de Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS), Paris.
Geraldo Carneiro
Poeta, letrista, tradutor e roteirista. Estreou em livro ainda em 1974, ao lado dos poetas Cacaso, Francisco Alvim, João e Roberto Schwarz. Letrista da Barca do Sol, de Egberto Gismonti, Eduardo Souto Neto, Astor Piazzola, Francis Hime, Wagner Tiso e John Neschling, entre outros. Tradutor de sonetos e peças de William Shakespeare, para o teatro escreveu também em parceria com Bráulio Pedroso e Miguel Falabella. É também roteirista de cinema e televisão.
Jackeline Macedo
Arqueóloga, mestre em Arquitetura na área de Preservação do Patrimônio e doutora em Arqueologia pelo MAE/USP. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa de História do Paisagismo da EBA/UFRJ e da Plataforma de pesquisa Paisagens Híbridas da EBA/UFRJ.
Historiadora, mestre em História e, doutoranda do Núcleo de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais.  Historiadora do quadro técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, com ações nas áreas de Patrimônio Histórico, Patrimônio Imaterial e Licenciamento Ambiental.
Jeanne Crespo
Jofre Silva
Jornalista, PhD em Fotografia, Arte e Design, pelo Central Saint Martins, Universidade das Artes de Londres. Pós-Graduado em Fotografia, pelo Goldsmiths' College, da Universidade de Londres, Fotógrafo e professor adjunto da Escola de Belas Artes | UFRJ
Arquiteta e Urbanista, mestre em Arquitetura da Paisagem pela Pennsylvania State University Mestre em Estruturas Ambientais Urbanas pela Universidade de São Paulo. Atua como arquiteta e urbanista da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.
Mônica Bahia Schlee
Doutor em Letras pelas universidades PUC-Rio e Paris Diderot (Paris 7). Atuou como coordenador da Rádio Batuta, do Instituto Moreira Salles, e atualmente é colunista musical do site da Revista Piauí. É autor de Bossa nova: um retrato em branco e preto.
Paulo da Costa e Silva
Historiadora pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e Mestre em Arqueologia pelo Museu Nacional/UFRJ. Especialista em Arqueologia Pré-Histórica, com ênfase em sambaquis. Atualmente desenvolve projeto de Doutorado no Museu Nacional/UFRJ sobre os engenhos de Jacarepaguá, na cidade do Rio de Janeiro.
Silvia Peixoto
Coordenação
Prof. dr. Rubens de Andrade (EBA/UFRJ)

Organizadores
Prof. Me. Aldemar Norek (PGE | EBA/UFRJ)
Profa. dra. Eliana Kuster (IFES)
Profa. dra. Jackeline Macedo (Grupo de Pesquisa História do Paisagismo | EBA/UFRJ)
Prof. dr. Rubens de Andrade (EBA/UFRJ)
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