(RE)VISÕES DO PARAÍSO

A proposta deste projeto visa reinterpretar a ideia de jardim de prazer, resgatar o conceito de jardins utilitários e tornar ambos instrumentos de qualificação da vida urbana. Nosso projeto estabelece sua práxis através da educação paisagística, considerando ações onde o encontro entre cultura e natureza se manifeste através do dimensão relativa aos jardins de prazer e concepção de hortas urbanas, com vistas a reeducação alimentar. A construção da ideia de cultura paisagística tem na representação do jardim, enquanto espaço de prazer, beleza e utilitarismo, uma de suas fundamentais concepções. Tal prerrogativa, firmou uma liame que através do tempo-espaço assegurou ao jardim um locus por excelência da plenitude humana; um microcosmos paradisíaco, conjuga elementos materiais e imateriais, artificiais e orgânicos, estabelecendo o encontro entre os conceitos de cultura e natureza. Todavia, não é somente de espaços ajardinados de prazer físico e visual que se constitui o conceito de jardim e lapidam-se as bases teóricas da cultura paisagística. Pensar o jardim na atualidade é tencionar seu conceito, redimensioná-lo historicamente na tentativa de reinterpretá-lo enquanto espaço utilitário real, que pode novamente se tornar protagonista no processo de qualificação do ambiente urbano. Além disso, ele surge como um elemento que sinaliza mudança de hábitos da sociedade e a definição de novos arranjos socioespaciais para lugares onde o jardim é uma ausência marcante na paisagem, especialmente nas áreas carentes e periféricas das metrópoles do século XXI.

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